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Cabo Verde, por detrás da pobreza, uma enorme beleza!

  • Sjors
  • 27 de dez. de 2016
  • 3 min de leitura

Após seis dias a navegar, chegámos a São Vicente, Cabo Verde.

Por volta da 1:00h da manhã começámos a ver as luzes da ilha de São Vicente até que chegámos à baía e ligámos as luzes dos mastros e esperámos pela comunicação via rádio para nos indicarem o lugar certo para atracar o navio, mas após algum tempo sem resposta o capitão decidiu fundear o navio na baía e passámos a noite fundeados.

Acordámos por volta das 8:00h, estava sol e nem uma nuvem se via no céu por aquela hora. Tomá-mos o pequeno almoço e fomos nadar, a água estava surpreendentemente quente.

Depois de nadar, limpá-mos o navio até ás 3:30h da tarde e após a limpeza recebemos os nossos telemóveis e fomos em grupos pela cidade dentro. À saída dos portões da doca, à esquerda há uma praia espetacular com areia quase branca e água super clara. Há direita seguimos pela cidade, e foi o que fizemos primeiro.

Ao passar pela cidade reparei que as estradas são muito melhores que eu pensava que seriam, as casas eram mesmo muito pobres, haviam barbearias em estado muito degradado, mulheres a vender peixe e bolachas nas ruas, homens a lavar carros por meia dúzia de escudos para poder comer qualquer coisa no fim do dia e o que achei mais triste de tudo foram duas crianças que perseguiram o grupo com quem estava, não a pedir dinheiro mas a pedir comida e a apontar para sítios onde podíamos comprar comida para eles, isso foi sem dúvida uma situação bastante complicada e triste de assistir.

Encontrámos na rua um senhor que falava holandês que nos levou a um café onde pudemos trocar euros por escudos, pois a moeda em Cabo Verde é o Escudo.

Em seguida, fomos ao super mercado, cheio de militares por todo o lado. Tudo era mais caro que em Portugal, mesmo até do que em Holanda, e não não havia muita escolha.

Mais tarde quando voltámos ao café para trocar dinheiro novamente, perguntei ao funcionario do café onde podíamos encontrar um restaurante com pratos típicos de Cabo Verde e logo de repente um homem atrás de mim se ofereceu para nos levar até um restaurante. Fomos o tempo todo a falar pelo caminho. Ele contou-me que trabalhava a lavar carros, mas que naquele dia não tinha sido um bom dia, pois tinha chovido, e então não tinha ganho nem sequer para comer. Disse-me também que gostava de ir viver para Portugal mesmo apesar da crise, porque em Cabo Verde estava muito pior, já não tinha família e dinheiro para comer que já se contava pelos dedos.

Por fim, chegámos ao restaurante do clube náutico, e pela primeira vez comi Cachupa, estava excelente. Passámos mais que uma hora e meia no restaurante e quando saímos o homem que nos tinha levado lá perguntou se estávamos satisfeitos com a escolha dele e por fim muito delicadamente perguntou-me se lhe podia dispender uns trocos para jantar, e como o jantar tinha sido tão barato e o senhor tinha sido tão simpático com todos nós, dei-lhe uns trocos que tinha para ele ir jantar lá no clube náutico. Agradeceu muito o gesto e fiquei muito feliz por poder ajudar pelo menos uma pessoa, pois realmente só se apercebe da pobreza que lá existe quem por lá passa, é mesmo extremo!

No segundo dia todos nós tivemos que fazer dois testes.

No terceiro dia fomos em carrinhas com dois guias turísticos, que por acaso eram irmãos, o José e o Angelino, pessoas super simpáticas. E lá fomos nós conhecer o resto da ilha, e quanto mais subíamos mais pobres eram as casas, mas a vista era magnífica. Fomos a uma praia inacreditável onde as crianças nos tentavam vender conchas e búzios que apanhavam na praia.

Depois fomos ver os vulcões e tartarugas.

Do outro lado da ilha, do cimo de um monte, conseguimos ver outras três ilhas, uma vista inacreditável!

Adorei Cabo Verde! Um sítio espetacular com paisagens inacreditáveis, e o que mais gostei foi das pessoas que sempre nos ajudaram, que estavam sempre dispostas a ajudar, e muito honestas. É sem dúvida um dos sítios que vou voltar mais tarde!

No último dia fomos à praia que ficava mais ou menos à saída da doca, uma praia lindíssima de areia quase branca e muito extensa, a água estava morna e passámos o dia na praia a nadar e a fazer skimboard até ficar de noite.

No seguinte dia saímos de S. Vicente em direção a Dominica, finalmente a grande travessia do atlântico com 17 dias previstos no mar.


 
 
 

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